J. R. S. S.

Joana Rita da Silva Soares…

Ocupas em grandeza todo o meu ser,

Alegra-me ver-te e de comigo voares,

Nada deixando ao acaso esquecer,

Amplamente tudo deixares transparecer…

Regozijo-me de amor por ti,

Ironia ou não sou feliz assim,

Todas as dimensões ainda não percorri,

Argumentos que contigo nunca terão um fim…

Sei que te levo na memória,

Ia contigo para além do infinito,

Leio passos de dança na nossa história,

Viajo eternamente em ti como num mito…

Ainda grito sem fazer um único ruído…

Sobre ti só vejo uma luz intensa,

Ora forte, ora segura, ora poderosa…

Através de ti vejo uma felicidade imensa

Respondo-te assim na forma mais formosa

Estando convicto em todo este sentimento

Sentindo cada palavra no teu firmamento!

Uma ode, um soneto... a ti

Poderia esta ser uma ode à cidade de Coimbra…

Cidade do conhecimento e do romantismo,

Não há outra assim por todo o Portugal,

Suas memórias mantêm todo um misticismo

Como se se tratasse dum soneto inaugural.

Mas falta constantemente alguma coisa…

O rio Mondego circula na sua monotonia,

A Cabra está apenas lá para dar a hora;

Eu perco-me a dedicar-lhe vivas com alegria,

Mas é a tua ausência que sempre demora…

Falta o mais importante a Coimbra…

O teu sorriso para fazer crescer o meu dia,

Os teus cabelos para esconder o meu pânico,

Fazer por rimar contigo ao som de poesia,

Sentir esse teu cheiro que faz inveja ao Botânico.

Falta-me o mais importante em Coimbra…

Tu porque brilhas em todos os meus sonhos,

Todo o tempo nos versos que componho,

Tu porque sabes que estou nas tuas mãos

E porque és tudo o que faz bem ao coração!

Escrevo-te

Escrevo-te um poema porque tenho de te falar,

Escrevo-te este poema por sempre me respeitares;

Teu amor é o mínimo que posso desejar,

Faço apenas votos para nunca me ignorares…

És a estrela cadente que preenche o meu ser,

És a lua que me ilumina em toda a sua passagem,

Como algo que chega, brilha e se vê desvanecer,

Como uma jóia que é muito mais que uma miragem…

Um pedido de desculpas é sempre pouco

Um mimo teu nunca é demais,

És uma droga saudável que me deixa louco,

Ver-me desistir de ti é que jamais…

Porque uma nuvem é sempre passageira,

Porque o sol amanhã brilhará novamente,

Estende para mim a tua passadeira

Para já amanhã te abraçar eternamente!

És reticências, és música

Num curto instante inicialmente te vi,

Em pouco tempo com sorte te conheci;

Comecei a desejar-te e já não te esqueci,

É uma forma ternurenta que me acalma em ti…

Fito teus olhos para me encontrar algures

Olhando para um vazio cheio de mistério,

Descubro que pelos meus sempre circulas,

Quero ser teu doente para seres meu remédio…

Posso dizer que te adoro, mas isso tu sabes;

Mesmo que diga que te venero, não duvidas…

És as reticências de todas as minhas frases,

És música escondida nas minhas entrelinhas!

O caminho derradeiro

Pudesse o segredo de toda uma vida

Encontrar-se enclausurado numa chave…

Estaria esta jornada quase perdida

E seria mais pública que o raio dum Conclave

O seu pensamento leva-me por um distante caminho,

Segundo vastos mares e oceanos,

Trata-se de abraçar algo com carinho,

Qualquer que seja o percurso que percorramos…

Quero descobrir essa bendita fechadura,

Que tantos mistérios em mim desperta,

Sei que por dentro encontrarei fufura

Aquando essa estrada estiver aberta…

Se a resposta que descobrires for certeira

Eu próprio te darei então a minha mão,

Para mim vai tornar-se o caminho derradeiro

Em que poderei então recuperar teu coração…